Era uma vez uma menina chamada Babi,
que vivia com sua família em uma pequena fazenda. Lá tinham galinhas que punham
muitos ovos, cresciam legumes e verduras, e tinha uma vaca que lhes dava leite
fresco e quentinho todo dia. Babi adorava brincar em sua fazenda. Ela brincava
com os gatos, subindo no celeiro para se esconder de todos no meio do feno, e tinha
um balanço em sua grande varanda, enquanto balançava, ela bebia limonada fresca
que sua mãe sempre fazia para ela.
Mas o que ela gostava de fazer,
mais do que tudo, era ir para a floresta e visitar sua amiga, Nana. Nana era
uma mulher muito velha que vivia em uma bela casa de campo coberta de plantas e
flores. Na casa de Nana, havia tantas coisas maravilhosas para ver, e tinha um cheirinho
muito bom.
Havia velas de todas as cores do
arco-íris, frascos cheios de especiarias de cheiro, as ervas secavam nas vigas
e ela fazia deliciosos chás adoçados com mel. Tinha até um tambor velho que Babi
adorava tocar, fazendo muito barulho. Quando ela tocava o tambor, Nana sorria e
acenava com a cabeça para a batida. Nana era muito velha, com dedos enrugados e
uma grande corcunda. Nana parecia um pouco assustadora para Babi, mas ela sabia
que Nana a amava como se fosse sua própria neta e que nunca faria mal a ela.
Hoje é um dia especial. É o
aniversário de Nana. Babi queria trazer algo para dar a Nana, pois ela a amava
muito. Mas Babi não tinha dinheiro para comprar um presente caro. Sua família
não tinha dinheiro, pois a fazenda era muito pequena, então, Babi decidiu ir
encontrar algo especial para levar a Nana.
Ela começou a caminhar ao longo
da velha estrada de cascalho e terra, que levava para a casa de Nana na
floresta. Ela já tinha feito aquele caminho tantas vezes que ela sabia os
solavancos e poças e até mesmo o local onde os coelhos se escondiam. Ela gostava
muito de passear na floresta. A floresta tinha um cheiro fresco de terra e os
pássaros assobiavam belas canções.
Babi chegou à bifurcação na
estrada. Ela sabia que à direita iria para a casa de Nana. A curva à esquerda a
levaria para fora da floresta e para a cidade. Mas hoje, havia algo muito
estranho. Uma pedra estava bem no meio da bifurcação na estrada, e Babi nunca
tinha visto aquela pedra lá antes!
Ela andou devagar e com cautela
até a pedra e percebeu que era um poço, feito de grandes pedras cinzentas e
tinha um balde velho pendurado no meio.
Quando ela colocou a mão sobre a
pedra, houve um relâmpago e um forte estalo. Ali, diante dela, apareceu uma
enorme chama, e com ela, a mulher mais bela Babi já tinha visto. Babi deveria
estar com medo, mas, estranhamente, ela estava muito calma e sem medo algum.
"Eu sou a Deusa a quem você
está chamado!" disse a mulher. "Eu vou lhe conceder um desejo, minha
filha. Que é que você realmente deseja?"
Imediatamente, Babi disse:
"Eu quero ser rica!"
A bela mulher das chamas ergueu
os braços e disse algumas palavras. Diante delas apareceu um caldeirão cheio de
moedas de ouro. Babi correu para o caldeirão, agradecendo a Deusa. Ela passou a
mão através das moedas. Eles eram de verdade mesmo! Mas, então, Babi percebeu
que não havia maneira de levar o caldeirão de ferro cheio de ouro pesado. Então
ela colocou várias moedas no bolso. Mas elas caíram no chão, porque Babi estava
vestindo roupas velhas, e os bolsos tinham buracos de tanto ela brincar.
Então Babi lembrou que ela
deveria estar procurando um presente para Nana. Ela olhou para baixo, e
percebeu que ela realmente não quer ser rica. O que ela poderia fazer com todo
esse ouro? A Deusa olhou para ela e disse:
"Ahhh... este não era o seu
verdadeiro desejo, não é, pequenina?"
Ela olhou para cima e viu um belo
falcão voando acima delas. Babi pensou um pouco e disse para a Deusa: "Eu
gostaria de poder voar."
A Deusa novamente levantou os
braços e disse algumas palavras. E no chão diante delas apareceu uma vassoura.
A Deusa disse a Babi: "pegue-a e monte nela, minha querida."
Babi fez o que ela disse e subiu
na vassoura. A vassoura levou Babi ao ar, entre os ramos das árvores e saiu sob
o sol brilhante no alto da floresta. Ela sentiu o vento soprando e segurou
firme a vassoura. Babi voou tão alto no céu, que podia ver a sua própria casa na
fazenda, e parecia muito pequena lá de cima. Babi começou a ficar com frio, e
um pouco tonta por causa da altura. Ela não tinha certeza de quanto tempo ela
seria capaz de segurar a vassoura voadora. Ela gritou: "Eu não quero mais
voar, Linda Deusa!"
Lentamente, muito lentamente, a
vassoura levou Babi para um grande campo e ela desceu. A vassoura desapareceu num
passe de mágica! Babi caiu em um campo de flores. Quando ela se sentou, a bela
Deusa estava olhando para ela. A Deusa perguntou novamente: "O que é que
você realmente deseja?"
Babi agora sabia o que ela queria
mais do que tudo. Ela disse à Deusa, "Eu gostaria de ter uma fita rosa
bonita para que eu pudesse fazer um buquê dessas flores para dar a Nana de
presente em seu aniversário."
A Deusa inclinou-se para a
menina, beijou-lhe a testa e tirou do ar uma longa fita rosa. A Deusa então
desapareceu tão rapidamente como tinha aparecido. Babi escolheu as flores mais
bonitas que ela pôde encontrar, amarrou-as com a fita, e finalmente foi para a
casa de Nana.
Fim.
Esta história mostra como devemos
ter cuidado com o que desejamos, pois nem sempre é o que parece. A alegria está
nas pequenas e mais simples coisas. Pense nisso!
(História recontada por Paula
Willowmoon, traduzida e adaptada por Viviane Lopes)
Fonte: Wicca para crianças
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